terça-feira, 2 de março de 2010

Para quem quiser saber das minhas fraquezas...


Há um vilarejo ali
Onde areja um vento bom
Na varanda, quem descansa
Vê o horizonte deitar no chão
Pra acalmar o coração
Lá o mundo tem razão
Terra de heróis, lares de mãe
Paraiso se mudou para lá
Por cima das casas, cal

Frutas em qualquer quintal
Peitos fartos, filhos fortes
Sonho semeando o mundo real...



Nunca mais eu postei nada... Até que eu escrevo, mas como não tem net lá em casa fica ruim de postar trazendo pra lan. Quase sempre eu desisto de publicar, porque a coisa fica desatualizada...
Bem, bem... Aqui estou eu, ouvindo músicas e pensando na minha vida. Uma das coisas que eu mais fiz desde que nasci.
Corrigindo: A coisa que eu mais fiz desde que nasci. Definitivamente. ¬¬
Pensei e penso muito ainda. Muito mesmo!


Ultimamente:
Dormir, comer, ouvir (música), malhar (novidade!), militar(tenho um motivo para viver, que bom!), chorar...
Eis os verbos que vem guiando minha vida neste último período.
Estou trancada (literalmente) entre quatro paredes nessa casa que eu odeio. Não que eu esteja fazendo aquele jeitinho de “adolescente revoltada sem causa”. É que realmente eu odeio esse lugar e tenho argumentos para isso.


-> Moro em um apartamento, quente, escuro, apertado, abafado e cheio de grades porque minha mãe tem síndrome de segurança (criei agora) -> ela adora um cadeado. ¬¬
Enquanto que eu amo a luz solar, o vento e a terra. Queria muito morar em uma casa enorme, com um quintal, uma horta e animais de estimação. Um jardim com florzinhas pequenas e coloridas... :)
Pra piorar tudo isso, nós estamos reformando o apartamento, o que lógico tem um lado bom, como QUASE tudo nesse mundo. Minha mãe está fazendo a cozinha dos sonhos dela, toda revestida, organizadinha e bem bonita. Tentei dá uns pitacos e deixar ela com um toquinho de “casa da vovó” que eu adoro! Uma coisa assim meio antiguinha, por conta de alguns detalhes... Aqueles azulejos com desenhos que ficam entre as cerâmicas formando uma faixa por toda a parede. Os desenhos são de panelas, frutinhas, cebolas... O moço da loja disse para a minha mãe que já não era muito usado, mas ela foi convencida pelo preço bem mais em conta.
E também estamos reformando os banheiros, o social (mais geralzão) e o da suíte da minha mamis.
O apartamento que já era quente, abafado, escuro, apertado... Agora está com o fogão, a geladeira, o gelágua, os depósitos, pratos, tudo na sala.
Minha irmã está morando no quarto dela junto com o armário, a máquina de lavar e o microondas.
Eu estou vivendo com o computador e com a Celina (xeno) que passa o dia basicamente dormindo, comendo ou destruindo meu colchão.
Sem contar no barulho dos rapazes quebrando tudo e depois colando de novo.

Vou tentar justificar minha vagabundeza.

Bom, eu passei no vestibular como vocês já devem saber \o/ (se é que alguém acessa esse blog ¬¬). E por conta disso estou livre da física, da matemática (pelo menos por um tempo), e das chatices dos professores dizendo mentiras no nosso ouvido para nos incentivar, coisas como: É só você se esforçar que você consegue...
Estou livre de ouvir a palavra “concorrente” milhões de vezes por dia. Algo que nos faz sentir um medo horrível e raiva das pessoas que almejam o mesmo curso que a gente (é a pior coisa!).
Mas, como eu passei para o segundo semestre, as minhas aulas só começam em Agosto.
Lara: “Pádua o que será que eu vou fazer até o começo das aulas?”
Pádua¹: “ Ah você fica ‘coçando o saco...’ ”
Lara: “Mas eu não tenho saco...”
Pádua: “Então você arranja outra coisa pra fazer.”
Bem, e foi o que eu arranjei pra fazer, sentir tédio, muito tédio!
Daqueles que dão uma angústia terrível de vê a vida passando lá fora, o mundo explodindo, milhões de coisas acontecendo, Raul Seixas tocando nos bares pela cidade e pessoas rindo, se divertindo, tantas emoções e eu aqui vendo minha gata dormindo na minha cama.
Tenho dormido muito, e dormido mal, principalmente por causa desse calor insuportável.
Nem de ler eu tenho tido paciência.
E chorado... Porque chorado?
Não sei...
Tenho estado beeem frágil. Ou seja, fresca.
São músicas, fotos, seções de nostalgia, a mínima discussão que eu tenho com minha mãe, os elefantes da reportagem do globo repórter, a vez que eu ligo e meu namorado não retorna, as poesias que eu rabisquei nas paredes do quarto, tudo é motivo para derramar algumas lágrimas.
Acho que estou me sentindo só.
Não sou mais a garota rodeada de amigos que era antes. Comunicativa, corajosa... Nessa questão eu regredi muito. Tenho sido uma garota tímida, insegura, que fala baixo e rir olhando pro chão.
Eu não era assim... Não sei o que me fez mudar.
Fazia peças teatrais na rua, grupo de dança, apresentava trabalho na frente de uma platéia lotada no microfone e era sensacional. Isso eu era mesmo.
Hoje eu tenho outras fraquezas, algumas ainda são as de antes...
Uma coisa eu não mudei:
Continuo entendendo todo mundo!
Ai que raiva! Como isso me irrita.
Todos os pivetes me chamavam por apelido e os mais espertinhos diziam “Lá vai a defensora dos ofendidos!” :P
Gente... Eu tenho muito raiva disso. De entender as pessoas como eu entendo. Não consigo sentir raiva de uma pessoa durante muito tempo e quando tem briga eu quase sempre me convenço que realmente sou eu a errada... Mesmo estando certa. E o que me faz sentir raiva mesmo é porque em uma briga ninguém consegue me entender e dizer: “Você tem razão! Desculpe-me...” porque às vezes, pessoas, mesmo estando errada e sabendo disso, como eu quase sempre sei, é só isso que eu gostaria de ouvir. Alguém dizendo que me entende pra que depois eu não precise me trancar e resolver as angústias do meu coração sozinha, como eu SEMPRE faço.
Lá vou eu chorar de novo...
Vou parar de compartilhar meus transtornos psicológicos com vocês. Kkkkkk



1. Pádua: Um amigo meu do partido.