Tem um eu além de ti. Não é aquele de maldizeres, não o meu eu de todo melancolia. Percebi naquela ocasião enquanto andava na rua desabitada que tenho vida além de ti. Por isso sinto-me, enfim, viva. Mais que isso, vi a vida com sua plenitude e intensidade. Não de uma vida dupla, mas sincera, entregue, limpa, leve, pluma... Essa vida tanto me quis e chamou... Hoje ainda me quer, mas agora me tem. Ela passa a me degustar e então a embriagar-me quando apresenta-se em todas as suas faces, divinas e cruéis. E ainda assim, amo-te. Pois meu eu estando ao teu lado, além de tudo, pode ser ele mesmo.